Uns dos erros mais comuns que cometemos é acreditar que determinadas coisas nunca acontecerão conosco. Com a violência é sempre assim. Por mais que leiamos jornais, ela sempre parece distante até que nos atinge pessoalmente.
Hoje, eu voltei para casa do trabalho e poderia não ter encontrado minha esposa aqui. Juntamente com uma amiga, ela foi roubada sob a mira de um revólver e por pouco não foi seqüestrada. As duas haviam passado a tarde juntas, e essa amiga viera trazer a minha esposa em casa. Quando chegaram na nossa porta, ficaram alguns minutos conversando dentro do carro. Foi quando três jovens apareceram e ordenaram que as duas saíssem do carro e entregassem os pertences. Obviamente, você pode imaginar com os fatos de desenrolaram nesses minutos. Os rapazes estavam muito nervosos, e também mandaram que minha esposa e sua amiga se sentassem no banco de trás. Afortunadamente, minha esposa consegui convencê-los a deixá-las ir. Nem mesmo ela sabe como conseguiu isso. Os ladrões então entraram no carro e desapareceram. Graças a Deus, o pior passara.
No momento em que escrevo isso, já se passaram várias horas desde que o roubo aconteceu. Minha esposa está mais tranqüila, já deitada. O prejuízo do carro será coberto pelo seguro, embora este não compense para essa amiga o medo passado e as dores de cabeça que virão agora procurando regularizar a vida, já que as bolsas das duas foram levadas com os documentos. No caso de minha esposa, além dos documentos e do celular, nada mais importante estava na bolsa. Ela não anda com cheques ou cartões. “Pelo menos o celular estava estragado, e a bolsa era velha”, ironizou ela.
É estranho pensar como as coisas estão agora. Durante quase toda minha vida eu morei nessa mesma região da cidade. Mudei de casa algumas vezes, mas, com a exceção de dois anos em outra parte da cidade, sempre estive em algum ponto de dois bairros próximos. Quando eu era criança, a rua onde eu morava era uma das mais tranqüilas do bairro. Os únicos carros que passavam eram os dos moradores, e assaltos eram desconhecidos. Eram algo que quase só se via na TV. Quando minha esposa e eu nos casamos, escolhemos um casa do lado da nosso igreja, que fica em um bairro vizinho, para tornar mais fácil o nosso trabalho na mesma. A rua também sempre foi muito tranqüila, e os problemas sempre pequenos. Até agora. O policial que fez a ocorrência disse que, na verdade, o índice de assaltos dessa região vem crescendo alarmantemente
Eu agradeço a Deus por ter tudo terminado bem. Embora o pensamento de que um estranho agora tem as chaves da minha casa seja assustador, sei que posso confiar na provisão divina. E há sempre uma lição a tirar do que passamos. Depois de um evento assim, as perspectivas da vida normalmente se tornam mais nítidas. Fica mais fácil pesar aquilo que fazemos. Nesses momentos, sentimos na pele o velho clichê: a vida é realmente frágil.
Mas frágil que seja, ela continua. Com a graça de Deus.
“E sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” (Romanos 8.28)
Atualização: Boas notícias! O carro foi encontrado pelo polícia. Foi abandonado após ter sido usado para um assalto em uma cidade vizinha. A maioria das coisas roubadas foram achadas também. A bolsa e o celular não, mas os documentos e o óculos sim. Graças a Deus!
Que chato isso, hein? Sinto muita saudade do Brasil, mas coisas como essa me fazem lembrar do porque de termos saído daí.
Pois é. Mas, graças a Deus tudo terminou bem
Valeu
John: Coulda be worse.
Paul: It’s getting better all the time.
Os assaltos? Hehe
Falando sério, graças a Deus que nada mais sério aconteceu.